Com direção de Thiago Ledier e realização do Círculo de Atores, a montagem já foi vista por mais de 11.000 espectadores. Chris Couto, por sua atuação, ganhou o prêmio Shell de melhor atriz
A Milionária, escrita por Bernard Shaw (1856-1950) , prorroga temporada nos palcos do Teatro Ruth Escobar até 25 de fevereiro de 2024, as sessões são sempre sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 19h. A montagem do Círculo de Atores já foi vista por um público de mais de 11 mil pessoas e rendeu o prêmio Shell de melhor atriz para Chris Couto. A direção é de Thiago Ledier e o elenco também conta com Guilherme Gorski, Luti Angelelli, Márcia de Oliveira, Priscilla Olyva, Rodrigo Chueri, Thiago Ledier e Sergio Mastropasqua.
A peça trata de temas atuais; de um lado, a concentração de renda; de outro, a luta pela sobrevivência dos trabalhadores. Através de diálogos surpreendentes, o autor vasculha o modo de pensar de boa parte dos poucos bilionários que concentram a maior fatia da riqueza mundial. Reforçando seu estilo dialético, Shaw, de maneira divertida, não coloca “a verdade” na boca de nenhum personagem; ele não subestima o espectador, convidando-o, o tempo todo, a pensar sobre os múltiplos pontos de vista expostos no palco. Shaw levou quatro anos para escrever o texto, finalizando o trabalho aos quase 80 anos de idade, em 1936.
Com mais de 60 anos de história, o Teatro Ruth Escobar está passando por mudanças significativas com a administração de Chico Cabrera, novo presidente da Apetesp (Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo). “Esse é um local simbólico, um monumento para a cidade. O espaço está sendo renovado com a chegada de novos equipamentos técnicos; a programação tem um caráter mais múltiplo que perpassa por vários gêneros teatrais, música, dança, além de servir como sala de ensaio. A proposta é ser um aliado para os produtores culturais, e, consequentemente, para o público”. A associação também é responsável pela administração do Teatro Maria Della Costa.
SOBRE BERNARD SHAW
Considerado um dos mais importantes dramaturgos de língua inglesa, George Bernard Shaw (1856-1950) é autor de mais de 60 peças. O Círculo de Atores (https://www.circulodeatores.com.br) já montou 5 delas: O Homem do Destino, A Profissão da Sra. Warren, A Milionária, 4004 A.C. – A Origem e O Dilema do Médico. Ao longo de sua carreira, encerrada aos 94 anos, Shaw trabalhou como jornalista, romancista, crítico de música, crítico teatral, polemista, pensador político e ensaísta. Participou da criação de várias instituições políticas, culturais e educacionais na Grã- Bretanha, como o Partido Trabalhista inglês, a London School Of Economics (um dos mais importantes centros universitários da Europa), o National Theatre, entre outros.
Avesso a honrarias públicas, Shaw foi premiado com o Nobel de Literatura em 1925, por Santa Joana, e com o Oscar de melhor roteiro por Pigmaleão em 1939 – feito igualado apenas pelo poeta, cantor e compositor Bob Dylan. Ele aceitou o Nobel por insistência de sua esposa, mas, mesmo assim, destinou toda a quantia recebida para a tradução e a difusão de obras de autores e dramaturgos suecos. Após a sua morte, ocorrida no ano de 1950, a cobiçada estatueta foi encontrada no chão, como peso para segurar uma porta.
SINOPSE
Apostas, Muito Dinheiro, Uma Fábrica de Roupas e Um Médico Muçulmano
A Milionária começa com Epifânia, uma das mulheres mais ricas da Europa, reunindo-se com seu advogado para discutir a possibilidade de seu provável suicídio. Ela pretende deixar toda a sua fortuna para seu marido como forma de punição pela infidelidade dele. Seu casamento fora resultado de um desafio. Seu finado pai, por quem Epifânia tem fixação assumidamente edipiana, impôs uma condição: para se casar com ela, o marido deveria receber uma quantia inicial razoável e, em seis meses, transformá-la em uma fortuna. O marido, boxeador e esportista, vence o desafio através de manobras financeiras criminosas e – ironia suprema – pela produção de uma peça teatral. Apesar disto, Epifânia desinteressa-se por ele. Após jogar escada abaixo um amigo que ofendera seu pai, ela encontra um médico egípcio e muçulmano, filho de uma lavadeira, por quem se apaixona. Para sua surpresa, ao propor casamento ao médico é informada que a humilde mãe do doutor também impôs um desafio como condição à mulher que desejasse desposá-lo: a pretendente deveria receber uma quantia miserável e sobreviver unicamente através do seu trabalho durante seis meses – só assim seria merecedora da mão do filho. Ao aceitar o desafio, Epifânia começa um movimento irresistível, desvendando o modo de agir e pensar de sua classe social – tão poucas vezes retratada em cena.
FICHA TÉCNICA
Texto: Bernard Shaw. Direção: Thiago Ledier. Elenco: Chris Couto, Guilherme Gorski, Luti Angelelli, Márcia de Oliveira, Priscilla Olyva, Rodrigo Chueri, Thiago Ledier e Sergio Mastropasqua. Trilha original: Gregory Slivar. Cenários: César Bento (in memoriam). Luz: Nicolas Caratori. Operação de Luz: Luana Frez. Figurinos: Cy Teixeira. Fotografia: Ronaldo Gutierrez. Produção: SM Arte e Cultura. Direção de Produção: Selene Marinho. Coordenação de Produção: Sergio Mastropasqua e Patricia Pichamone. Assistente de Produção e Direção de Palco: Henrique Pina. Design Gráfico: Denise Bacellar. Gerenciamento de Mídias Sociais: Sergio Mastropasqua e Selene Marinho. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Realização: Círculo de Atores.
SERVIÇO
A MILIONÁRIA
Teatro Ruth Escobar – Sala Dina Sfat
Endereço – Rua dos Ingleses – Bela Vista. Telefone: (11) 3289-2358
Temporada: Até 25 de fevereiro de 2024, sextas e sábados, às 21 horas, e domingos, às 19 horas.
Recomendação etária: 14 anos. Duração: 100 minutos. Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia entrada).
Capacidade: 366 lugares.