Moda

Joias escondidas no deserto da Colômbia

Mulheres indígenas produzem peças únicas e exclusivas com sabedoria ancestral.

Susana trouxe as bolsas para Brasil para divulgar essa arte ancestral.

O que faz com que uma peça seja considerada joia é o material do qual ela é feita, mas se engana quem pensa que apenas aquelas de metais nobres têm grande valor. Viajando pelo deserto de Guajira, no norte da Colômbia, Susana Santacruz se encantou por peças, repletas de cultura ancestral, produzidas pelas mulheres indígenas da etnia Wayúu.

Elas preservam uma técnica única no mundo da tecelagem, passada de geração em geração, só para mulheres. Os desenhos, de formas geométricas, com elementos que  fazem referência a seres e elementos que representam a sua história e outros elementos da natureza. Podem também terem formas mais abstratas, chamadas kanas, mas sempre com toques que representam a forma de pensar e viver da comunidade. 

O encontro da colombiana Susana com as indígenas aconteceu porque ela, fisioterapeuta obstétrica, vivendo em São Paulo há 23 anos, foi aprender as técnicas das parteiras da região. E, nessa ocasião, também conheceu mulheres artesãs e o processo de produção de suas peças. 

Encontrei um tesouro, me encantei quando as vi tecendo as bolsas e os significados dessa manualidade que toca mulheres de todas as origens. As peças enaltecem a beleza que faz parte da simbologia delas e de suas vidas cotidianas, mas também carregam muita força e sabedoria ancestral. Elas são joias escondidas na Colômbia”, define Susana. 

Tania, a líder da comunidade explica que: “o artesanato para elas é uma arte, um ofício que as identifica como as mulheres da comunidade Wajúu, e elas querem com isso crescer economicamente, mas também que as pessoas conheçam o significado do que elas produzem, dessa cultura”.

Admirada com o trabalho, e após uma cuidadosa curadoria, Susana trouxe algumas peças para o Brasil e começou a divulgá-las. Carolina Casanas-Giraldez, que foi uma das primeiras clientes, diz: “Fiquei encantada com o projeto. Além dessas bolsas serem lindíssimas, leves e muito versáteis, elas carregam uma história muito linda. O trabalho artesanal e delicado dessas mulheres incríveis. Fico muito feliz e me sinto honrada por apoiar esse projeto de mulheres que enaltecem outras mulheres”. 

Susana Santacruz, em Guajira na Colômbia, com a comunidade indígena Wayúu.

Após esse impulso, Susana começou a ir várias vezes a comunidade e criou a marca Lasamo (“As amo”, traduzindo para o português). Hoje, a marca conta com o trabalho de 98 artesãs que sustentam suas famílias e ampliam os benefícios para a sua comunidade. Dessa forma, ela ajuda a preservar as tradições da comunidade e é uma das maiores alegrias e fonte de inspiração para Susana. “Cada mulher coloca seus sonhos, suas referências e sentimentos na hora que estão tecendo, são peças exclusivas e tecidas manualmente com uma beleza e qualidade ímpar”.

Adquirir uma bolsa da Lasamo é contribuir para a memória e validação dos povos originários e enaltecer essas mulheres, em sua maioria chefes de família, que trabalham com todo amor e dedicação. 

No mais, a marca se destaca neste momento em que o handmade é sinônimo de elegância e personalidade. O artesanato na moda é visto como uma forma de humanização do mercado, ofertando além de uma conexão pessoal, uma responsabilidade ecológica.

As mãos que tecem contam histórias e disseminam sabedoria, tornando as peças da Lasamo verdadeiras joias. Um luxo que combina durabilidade, beleza de detalhes e originalidade.

Serviço:

Lasamo Handmade. Bolsas feitas a mão produzidas por indígenas colombianas.

Av. dos Eucaliptos, 353. Moema. São Paulo -SP

Funcionamento: Segunda a sexta das 08h às 18h e aos sábados das 08 às 12h.

@lasamohandmade

Sobre o Autor

Preencha seus dados abaixo e fique por dentro de todas as nossas novidades!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *